O caminho, a luz e a caixa, por Nelson Santos

Tempo de leitura: 10 minutos

Nelson Santos

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O caminho não é esse. A luz está distante. Só resta a caixa! O que fazer com ela?

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UMA INTRODUÇÃO

Ao debruçarmo-nos na análise crítica da obra “A caminho da luz”, ditada pelo espírito Emmanuel e psicografada por Francisco Cândido Xavier (1961), temos, logo no antelóquio, a não observação da métrica kardeciana – a lógica racional aliada a experimentação científica – resultando em uma literatura excessivamente religiosa e atávica. O próprio autor espiritual destaca que o livro não deve ser considerado como um trabalho histórico (“Antelóquio”, p. 11), em detrimento do que figura no sub título da obra (provavelmente escolhido pela editora, FEB – Federação Espírita Brasileira), que assim contém: “História da Civilização à Luz do Espiritismo”.

Em verdade, a obra é direcionada à tese religiosa, um olhar sobre a “influência sagrada da fé e o ascendente espiritual”, míticos, observando o “fruto” como  fonte de revelação divina, transmissor de verdades de fé, dogmáticas, inquestionáveis e inabaláveis.

Epistemologicamente, cabe-nos analisar a contextualização feita por Emmanuel sobre as realidades espirituais imbuídas de “ascendente místico“, na criação do planeta e na eclosão da vida com o surgimento das espécies e do ser humano; e, em relação ao ser social com o aparecimento, amadurecimento e queda das civilizações. Todas as duas situações figuram sobrepostas e aniquiladoras do genuíno conceito kardeciano acerca da progressiva evolução do ser, individualmente (e, em consequência, da própria coletividade), o que lhe transforma em mero espectador de vontades celestes, onde o determinismo forma-se sobre a Humanidade, ainda que alicerçado sobre a égide da bondade e do amor.

FAÇA-SE A LUZ!

Emmanuel, em sua exposição cita: “Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos do nosso sistema existe uma Comunidade de Espíritos Puros”. Aqui devemos, inicialmente, compreender o conceito de tradição – um conjunto de sistemas simbólicos repetitivos, costumes, comportamentos, memórias, rumores, crenças, lendas, espirituais, religiosas e de fé, para pessoas de uma comunidade. Mas isto seria algo “espiritual”? Para o autor espiritual, as balizas organizacionais e orientadoras ligam o passado e o presente para conectá-los ao futuro, numa linha que adapta – ciclicamente – os eventos históricos. Ora, espiritualmente não há qualquer linearidade temporal – porque muitos acontecimentos se sucedem, por vezes sem rupturas e, em outras, com total reformulação ou transformação, destruidora das condições anteriores, substituindo-as por outras, novas. Portanto, tradição é algo que implica em eventos nem sempre históricos, implicando ou não em alguma invenção e, do contrário, há alguma invenção que implica em tradição; ou seja, é conceito dinâmico, volúvel,  adaptativo às circunstâncias.

Ao longo da narrativa, o autor espiritual destaca, sistematicamente, a participação daquele que nos é um dos modelos e guias, Jesus de Nazaré, como sendo o artífice do mundo, o demiurgo da filosofia platônica, que desponta como governador planetário e, portanto, divino, místico e circundado por uma miríade de seres angelicais que conduzem o processo como cocriadores, sob o beneplácito da Inteligência Suprema, a causa primeira de todas as coisas, conforme a definição inicial da Filosofia Espírita, em “O livro dos Espíritos”. O conceito emmanuelino, assim, é totalmente avesso à teoria espírita, pois nesta não há sacralização. Deus se manifesta por meio das leis naturais (ou divinas), não sendo necessária nem real a participação de coletividades de Espíritos no auxílio e manutenção dos mundos.

Assim, não há hierarquia funcional na espiritualidade, a não ser aquela que decorre da moral progressiva, estampada na escala espírita, segundo o critério decorrente do percurso de cada ser, na progressividade do saber. Vale ponderar, também, que a ideia de “governador” deste Planeta foi decorrente, mesmo, desta e de outras afirmações do mentor de Chico Xavier em outros livros. Em toda a obra kardeciana, há uma única referência, atribuindo ao Espírito Verdade (que muitos dizem ser Jesus, mas é uma hipótese, apenas) a qualidade de dirigente planetário. Ela consta de uma comunicação atribuída ao espírito Hannemann, inserta na “Revue Spirite”, de janeiro de 1864. Como a revista, como “jornal de estudos psicológicos” e laboratório (de maturação de ideias derivadas de comunicações mediúnicas) não foi replicada em outras comunicações, para obter-se a validação da opinião do Espírito em tela, ela não foi transposta ao conteúdo das obras principais, razão pela qual não pode ser guindada à posição de fundamento doutrinário.

Emmanuel evoca, portanto, o “ascendente místico” em sua narrativa da gênese planetária e toda a sua construção está alicerçada no sistema cosmogônico que, conforme definição do Dicionário Ilustrado Michaelis, é o “conjunto de teorias, princípios ou doutrinas, com base científica, religiosa ou meramente mística, que procura explicar e descrever a origem e formação do universo”. Assim, o constructo emmanuelino se baseia em meras ilações filosóficas ou mitológicas sobre a criação do universo, o sentido da vida humana e as relações com entidades sobrenaturais, divinas ou simplesmente não-humanas.

O SOPRO DA VIDA

O relato da obra em comento possui uma produção rebuscada e excessivamente religiosa, mitológica na conceitualização da criação da vida (a gênese orgânica), afinando-se em termos com a gênese mosaica, que não podemos considerar nem mesmo como teoria, visto a exposição cocriadora de Jesus e de Espíritos “de escol” na sua condução. Kardec, com mais racionalidade, procura unir a filosofia e a ciência para apresentar a teoria do quadro da vida terrena a partir de todo o conteúdo citado pelas Inteligências Invisíveis, sobretudo na parte primeira de “O livro dos Espíritos”. Veja-se, a propósito, a magistral observação: “É assim que tudo serve, tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo” (item 540), ou seja, é estabelecida a sequência progressiva, pela seleção natural e a evolução das espécies, através de milênios, “pari passu”, uma vez que não há saltos na natureza. Eis que, à luz da Filosofia Espírita, os humanos surgem simultaneamente em vários pontos do globo e, assim, destes ancestrais comuns, a raça humana se diversificou pelo planeta, adaptando-se às condições climáticas, realizando miscigenações, que acabam por determinar a formação de novas etnias e fenótipos dos ancestrais hominídeos até a formação do “homo sapiens” (vide os apontamentos nas questões 48 a 54, de “O livro dos Espíritos”.

O MITO CAPELINO E ADÂMICO

Emmanuel narra a estória de Espíritos que deveriam ser adiantados intelectualmente em um mundo pertencente ao sistema de Capela, mas destoavam moralmente em relação à “guinada” de transformação planetária prestes a ocorrer naquele orbe. Por isso, tornaram-se, por assim dizer, párias perante aquela coletividade. O autor espiritual escorrega ao relatar que tal era um mundo “com muitas afinidades” em relação à Terra. Ora, se lá nos idos de 1940, se eram planos “similares”, qual a razão da “deportação espiritual”, porque a humanidade terrena nesta década – logo após a Segunda Guerra Mundial, aqui – era “sofrível” do ponto de vista intelecto-moral. Assim, se dermos azo à teoria emmanuelina, ou aquele planeta de onde vieram os tais capelinos era superior (pelo menos no quesito intelectual) à Terra, mas como “missão” receberam a oportunidade de colaborar com o adiantamento do nosso planeta, em aspectos de inteligência, invenções e tecnologias; ou, por ser, como diz o “mentor”, similar e “apenas” tinha se “descolado” do nosso padrão, os Espíritos teriam sido “punidos” por não acompanharem aquela transição e “condenados” a vir passar algum tempo (leia-se algumas encarnações) entre nós. E há quem diga, nesta esteira emmanuelina, que muitos ainda continuam por aqui, “esbarrando” em vícios morais. A construção literária, pois, é bem confusa e dá azo a múltiplas interpretações “ao sabor do cliente-leitor”.

E CAPELA?

Neste ponto, temos o clássico exemplo de como um conto, uma estória, uma narrativa fictícia, pode se transformar em tradição e verdade. Um mito que passa a ser vivenciado e idolatrado. Quantas vezes, então, você já ouviu falar, em palestras, ou leu em textos, que muitos dos terrenos são capelinos? Somente a partir da “fala” de um único Espírito, sem ressonância, sem comprovação, sem logicidade, sem correlação com os textos kardecianos. Aliás, o próprio Kardec tratou do progresso e da pluralidade dos mundos, com questões intrigantes e sucessivas, e não recebeu de nenhuma Inteligência Invisível qualquer indicação sobre esta constelação e o tal planeta. Do contrário, quando, na “Revue Spirite” de março e maio de 1867, se dá destaque a um CONTO de Camille Flammarion, intitulado “Lúmen”, há a menção ao sistema de Capela. Mas o próprio Kardec atesta ser, tão-somente, um CONTO, embora contenha elementos válidos em termos de ensinos espirituais-morais. Nela, se cria o enredo de uma conversação fictícia (ficcional) entre Sitiens, um ser encarnado, e o Espírito de Lúmen, que teria lhe descrito os seus últimos pensamentos terrenos e as primeiras sensações na vida espiritual – correlacionadas à separação corpo-Espírito. Estas narrativas são posteriormente ampliadas em uma obra do astrônomo, em 1872, intitulada “Récits de l’infini: Lumen, histoire d’une comète dans l’infini” (“Contos do infinito: Lúmen, história de um cometa no infinito”), novamente de caráter novelístico.

De outra sorte, contrário ao proposto por Emmanuel, cientificamente, no tal sistema de Capela não existe qualquer planeta. É apenas um sistemas de estrelas múltiplas, e, caso existissem orbes, estes deveriam ser rochosos para contemplar vida biológica, lembrando aqui, mais uma vez, que Emmanuel evidencia a similaridade dos capelinos perante o homem terreal, além de ser um sistema relativamente jovem perante o nosso. Nem geologicamente há similitude!

Kardec na “Revue Spirite”, especificamente em janeiro de 1862, realizou um ensaio, uma tese, sobre a interpretação da doutrina dos anjos decaídos, posteriormente transformada em fundamento doutrinário, albergando mais elementos e submetido ao Controle Universal do Ensino dos Espíritos (CUEE). Então, em “A Gênese”, no Capítulo XI, embasando e contextualizando o conceito de emigração e imigração dos espíritos, entre eles a imigração Espíritos intelectualmente dotados para impulsionar a evolução do homem primitivo ao Adão simbólico, intelectual e branco, o conceito basilar da raça adâmica. Também em “O livro dos Espíritos” (item 51 e sucessivos), que versa sobre a existência de Adão, Kardec a trata como uma tradição religiosa, ou seja, uma hipótese, carente de confirmações, embora consagrado como símbolo. Assim, o Professor francês, adiante, associando as informações mediúnicas à sua análise lógico-racional, classifica tudo como mito ou uma alegoria.

Emmanuel, bebendo parcialmente na fonte de Kardec, afirma que “estabeleciam-se fatores definitivos na história etnológica dos seres” ao conceituar a raça adâmica. O padre, assim, a divide em quatro grandes etnias, para contemplar a coletividade dos ditos espíritos capelinos: 1) os árias de fenótipo branco; 2) a civilização do Egito; 3) o povo de Israel – em que, com sua ascendência litúrgica católica, enaltece a contribuição destes para o surgimento posterior do Cristianismo e do Espiritismo; e, 4) as castas da Índia. Essas etnias estabelecem “os pródromos [a dor sempre presente!] da organização das civilizações futuras, introduzindo benefícios no cerne da raça negra e amarela – por ele consideradas como inferiores – bem como nos supostos – e míticos – agrupamentos primitivos de Lemúria e Atlântida.

A teoria científica então apresentada pelo zoólogo Philip Sclater, em 1864, considerava que Lemúria havia afundado no Oceano Índico, mas foi desmentida posteriormente. Quanto à Atlantis (Atlântida), outra civilização que teria sido submersa pelos mares, só que no Oceano Atlântico – daí, a origem do nome – deriva de dois diálogos de Platão, Timaeus e Critias, como uma civilização imaginária. Ela tem, sistematicamente, ressurgido e povoado narrativas ficcionais através dos séculos, como o mito de um civilização perdida. Por exemplo, ela aparece em escritos de filósofos cristãos e judeus, tendo sido, posteriormente, abarcada pela esotérica Helena Blavatsky, em sua Teosofia, ainda no século XIX – vale dizer que esta teoria também enquadra a Lemúria –, e, em obras especulativas de autores como Francis Bacon.

AS CONTAMINAÇÕES

É patente que um vício de origem contamina toda a fundamentação emmanuelina e a coerência das teses apresentadas, reduzindo a narrativa a um discursivo exercício de evangelização, onde a mística religiosa predomina. Portanto, na análise dos capítulos seguintes, que dissertam sobre as citadas etnias geradas pela hipótese capelina, adâmica ou suas variantes, temos problemas sérios em termos de validade, autenticidade, logicidade e coerência.

Embora Emmanuel seja perspicaz, sua dialógica hipnótica expõe, no mínimo, total desconhecimento, admitindo apenas valores místicos (católicos!?) totalmente estranhos ao pensamento kardeciano e equivocados. Por exemplo, a narrativa do Capítulo XIV, no item “Identificação da besta apocalíptica”, acha-se contemplada uma lenda, antes difundida pelo pastor Uriah Smith, que se firma sobre a  alegação de que o Papa (Católico) seria o Anticristo, em face da consagração do termo “Vicarius Filii Dei” (Vigário do Filho de Deus). Com isso, se teria, supostamente, uma expansão do título histórico “Vicarius Christi”, identificado com o número da besta – 666.

A tentativa de inferir sua narrativa com (apenas) conceitos cristãos, numa espiral bíblica, despreza completamente as contribuições de civilizações milenares (construídas sob bases dispares em relação ao “mundo cristão”, como China (e outas terras da Ásia) e África. Esta última, mesmo, é tratada com total menosprezo, tida como insignificante. Emmanuel comete um sério (e comprometedor) erro, não possuindo qualquer fundamentação filosófica, espiritual, religiosa e muito menos científica para o desprezo da cultura, dos homens, nas coletividades, das realizações e da espiritualidade de tais povos, todos Espíritos em situações similares de progresso espiritual, sendo compatíveis e pertinentes com a habitação (encarnação) na Terra. Devemos dizer ao padre que, para se procurar compreender a História, é imperioso observar atentamente cada uma das fases, os contextos, os feitos e as individualidades que se destacaram por todo o planeta, atentos aos registros de desenvolvimento cultural e social de cada povo, além de compreender a contextualização de cada uma das sociedades diante da realidade que vivenciavam, em cada tempo, como, aliás, nos recomenda a Antropologia.

O CREPÚSCULO OU A AURORA?

Em todo o desenvolvimento da obra, considerando tanto os trechos analisados quanto os demais capítulos, constata-se que a “celebrada” obra, na verdade, é uma colcha de retalhos de graves equívocos. Mas, mesmo assim, vamos nos deter a um deles, o Capítulo XXV, onde o autor espiritual, ao contrário do estipulado pela Espiritualidade quanto a previsões, traça, falsamente, que “os tempos são chegados” e que “as forças do mal seriam compelidas a abandonar a dominação”, projetando um “crepúsculo”, que seria sucedido de uma profunda noite. Segundo Emmanuel, nos estertores do (já passado) século XX, haveria a missão (individual e coletiva) de promover o desfecho desses acontecimentos espantosos, o qual seria seguido por um “novo alvorecer”.

Se por um lado, a narrativa é, sim, produto natural de sua época, ainda com as marcas da Segunda Grande Guerra. O panorama de destruição, as perdas de inteligências de diversas áreas, falecidas em decorrência dos combates e dos bombardeios, levaram ao desconhecimento generalizado. E, é claro, o ufanismo religioso (argumento de autoridade decorrente do discurso evangelizador), resultou no desconhecimento de muitas informações que remodelaram os conceitos históricos, todos os demais capítulos são argumentos de autoridade gerados pelo discurso evangelizador e a predominância dos pressupostos cristãos sobre os “infiéis”: a epopeia da salvação da Humanidade”. Em “terras brasileiras” e em termos de “religião espírita”, a prédica que apoiava a exacerbação do colonialismo como justificativa de progresso e a “necessidade” das expiações dos povos submetidos a vários tipos de escravagismo (não mais o relacionado às raças, mas, agora em relação aos desprovidos de dinheiro, tecnologias e bens manufaturados), foi o cenário propício para a criação/manutenção de fantasiosas construções “espirituais”, todas saídas de contos e teorias místicas, sem falar da perniciosa influência do roustainguismo exacerbado e sua adesão aos mitos cristãos travestidos de “revelações da revelação”.

Kardec categoricamente afirma, em sentido oposto, que o Espiritismo deve caminhar com as ciências. E, seguindo com “A Caminho da Luz” estamos totalmente distantes de qualquer Ciência!

Em que se pese o lirismo de Emmanuel, cativante e envolvente, principalmente em suas interpretações evangélicas e morais, pois a verve jesuíta, forjada em décadas e encarnações sucessivas, produz a sedução daqueles que procuram uma explicação que, mesmo mítica e mística, lhes sinalize algum “lenitivo” espiritual. Sofre-se porque é preciso sofrer! Então, o caminho do saber e a luz do esclarecimento, na estrada cuidadosamente planejada e pavimentada por Kardec foram substituídas pelas “obras complementares” – como gostam de dizer os religiosos espíritas para validar, por exemplo, não só as obras emmanuelina como as andreluizianas – que ao invés de conservarem as estradas, as destroem para substituí-las por outras, forjadas em uma engenharia mítica e medieval, infelizmente.

O caminho não é esse. A luz está distante. Só resta a caixa! O que fazer com ela?

Imagem de Franz Bachinger por Pixabay

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Postagem efetuada por membro do Conselho Editorial do ECK.

One thought on “O caminho, a luz e a caixa, por Nelson Santos

  1. Meu amigo Nelson é simplesmente magnífico! Fico pensando como foi que um dia rezei nessa cartilha. Sabemos que tudo tem seu tempo e que o progresso pode ser lento, mas, se não nos dermos oportunidade através do exercício mental, acabamos travando nosso próprio progresso. Artigos como esse merecem aplausos. Parabéns!

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