A Busca Espiritual Individual e os Períodos do Espiritismo

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A Busca Espiritual Individual e os Períodos do Espiritismo


A Terapia de Vidas Passadas é um tema muito discutido nos dias de hoje, sendo utilizado por Psiquiatras como meio de tratamento para solucionar problemas de ordem emocional, bloqueios e sofrimentos que os pacientes apresentam em sua vida presente.

Dentre a vasta literatura existente sobre o assunto, destaca-se a obra do psiquiatra Joel L. Whitton, intitulada “Vida Transição Vida”. Nela, são relatados casos de hipno-regressão e analisado o estágio de erraticidade, ou seja, o intervalo entre as diversas encarnações de seus pacientes.

Não se trata de um livro com base nos conceitos doutrinários espíritas, mas figura como oportuno para a comparação entre os relatos dos encarnados.

O autor aponta os cinco estágios para a “Busca Espiritual”:

  1. MATERIALISMO: A busca do bem estar físico, um estado dominado pelo desejo sensual. O ser em pouca consideração em relação aos sentimentos dos outros e os objetivos filosóficos não existem. Não há reconhecimento de uma vida além da morte ou de um poder supremo de qualquer espécie.
  2. A SUPERSTIÇÃO: A primeira impressão que a pessoa tem de existirem forças e entidades maiores do que ela mesma. Praticamente nada se conhece sobre esse poder onisciente; há somente hipóteses de que existe algo em algum lugar, e que isto não pode ser controlado, a não ser, com amuletos e rituais. O estilo de vida materialista continua a prevalecer.
  3. O FUNDAMENTALISMO: A prática de um pensamento simples, supersticioso e constante em torno de Deus ou o Todo-Poderoso. Tal pensamento torna-se a base fundamental da vida. Existe a crença de que as orações, a prática de rituais e a adoção de certas atitudes e comportamentos irão garantir a recompensa suprema – um lugar no céu ou a vida eterna. Em geral, é necessário um líder para interceder junto ao Deus onipotente, que deve ser apaziguador. Pouco importa se o líder é um guru que usa um turbante ou se chama Jesus Cristo; alguém é necessário para controlar, dirigir e interpretar as convicções básicas.
  4. A FILOSOFIA: Primeiro despertar para a conscientização da responsabilidade pessoal. As convicções religiosas são conservadas, mas considera-se que depender de dogmas não é o suficiente. Esse estágio é marcado pelo respeito para com a vida, a tolerância para com as crenças dos outros, e a compreensão dos ensinamentos mais profundos das religiões ortodoxas.
  5. A PERSEGUIÇÃO: A predominância de tensão íntima e de angústia que se originam a partir do intenso desejo de entender o significado oculto da vida. A consciência de que existe um profundo significado e propósito para a existência, embora tal esteja, ainda, repleta de incertezas a respeito de como tal conhecimento pode ser obtido. A procura das respostas frequentemente toma a forma de extensas leituras, estudos e a associação em vários grupos místicos e metafísicos. O nome dado a esse estágio foi inspirado na frase “Bem-aventurados os perseguidos”, do sermão da montanha.

Trazendo estes estágios para o campo doutrinário espírita

Pode se estabelecer certa relação com as previsões que Kardec estabeleceu como os “Períodos do Espiritismo” (Revue Spirite): Inicialmente, o período da Curiosidade, caracterizado pelo surgimento dos fenômenos das mesas girantes e o período Filosófico, marcado pelo aparecimento de “O Livro dos Espíritos”. Em seguida, o período de Luta, marcado pelo Auto de Fé de Barcelona e os embates com religiosos católicos e protestantes daquela época, seguido pelo período Religioso. Vale dizer que esta fase, no Brasil, fez o Espiritismo lançar âncoras, caracterizando a existência de inúmeras Casas Espíritas cada vez mais mergulhadas em Cultos, Dogmas, no Medo e, até, em face de certos médiuns, na Degradação da Alma.

Ao compararmos a projeção kardeciana com os estágios apontados pelo psiquiatra, vemos que, segundo ele, o Espírito busca respostas. Em sua evolução, o indivíduo constata que não basta somente depender de dogmas, crenças, ou mesmo um líder para interpretar suas convicções e, sim, buscar o progresso individual por meio do livre pensamento.

Voltando à proposta espiritista, Kardec ainda previu dois períodos, o Intermediário e o de Renovação Social, ainda hoje, em nosso tempo, como futuros. Este último, na visão otimista e lógico-racional do Codificador, irá inaugurar a “vitória definitiva da união, da paz e da fraternidade entre os homens”.

Se a previsão de concretização destes dois últimos períodos parece, ainda, um tanto distante, devemos estar motivados em seguir o caminho do livre pensar, sem amarras, para que possamos, passo a passo, entender nosso significado existencial: o significado da própria vida espiritual.

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