As notícias te oprimem? Leia esse texto, por Ana Cláudia Laurindo

Tempo de leitura: 2 minutos

Ana Cláudia Laurindo

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Não se deixe perturbar além da conta com estas piores notícias, mas, se puder, preserve sua bondade intacta e comece por si, a proteger o solo bom.

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Ter pisado no chão das opressões desde tenra infância por certo me preparou para ter a compreensão que este tempo pede, pois cresci sabendo que a força mata.

Eram ricos usineiros matando trabalhadores que reclamavam direitos, eram pobres homens corpulentos esfaqueando semelhantes no meio da feira por causa de uma queixa qualquer; a morte estava em todos os lugares escorada em algum tipo de poder.

Poder tirar sempre foi um requisito de quem ficava impune, de quem tinha permissão da lei, de quem não sentia o direito do outro como divino.

Cresci entre más notícias que vinham de onde alguém mandava no lugar, de quem mandava matar, porque todos sabiam que nunca “ia dar em nada” infringir direitos sagrados de quem fosse inimigo, por qualquer mísero motivo.

Esse mundo que agora pratica genocídios, cancela divergentes, persegue inocentes /diferentes, nunca esteve ausente. Sempre esteve enganchado nos galhos do poder.

Econômico, político, de classe, de castas, de gênero, de raça. A força nunca gerou solidariedade nem mesmo entre as vítimas.

Não se deixe perturbar além da conta com estas piores notícias, mas, se puder, preserve sua bondade intacta e comece por si, a proteger o solo bom.

No canto do qual ninguém fala surge a sobrevivência de quem não desacreditou!

Esperança não é uma corrente mística, holística ou apolítica. É um fundamento de continuidade sob qualquer espectro.

Cada mão que semeia o milho no dia de São José cultiva o futuro. Semear é profético!

Por certo não sobrevivi a tantos medos para me acovardar no tempo da ilusão pervertida, e por saber que amanhã será outro instante, é agora que oferto a força destas mãos na escrita que conforta, mas exorta a ação rotineira, fazedora de resistências.

Se puder, cantarole.

Apare aquela planta esquecida e regue a outra que precisa.

A história do poder não é a nossa história. A parte que nos cabe é transformar essa morte de esperança em vida eterna, vivendo agora!

Imagem de Dawnyell Reese por Pixabay

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Postagem efetuada por membro do Conselho Editorial do ECK.

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