Conservar é agir sem esquecer do compromisso firmado consigo, a fim de estabelecer o fazer político para uma sociedade realmente nova sem os parâmetros imediatistas e ilusórios que se mantêm hoje.
Conservar. Ser conservador e respeitar as leis, as pessoas, o Planeta. A Lei de Conservação abarca essas ideias? Em “O livro dos Espíritos”, no que tange às Leis Morais, tem-se o instinto de conservação, o qual é inerente aos seres vivos. Procura-se em todas as relações conservar-se a vida e com ela, para os racionais, a felicidade. Todavia, levantar os olhos para perceber as diferenças e as desigualdades sociais deve fazer parte de nós.
Conservar. E o progresso? As estruturas socioeconômicas com seus disparates são muito difíceis de remover. O progresso da civilização é promovido pela quebra de paradigmas. Um todo complexo, no qual a construção é lenta e desafiadora. Ela encontra muitos obstáculos, muitas negações, – inclusive entre as quatro paredes do centro espírita, em que muitos estudantes de sua filosofia desafiam os ventos de renovação, os quais sopram intermitentemente nos espaços materiais.
Conservar. Patrocinar as ideias e os ideais de vida, mas quais são eles? O de paz, o de igualdade, o de fraternidade, de oportunidades amplas para todos, de entendimento da estrutura espiritual da vida e da criatura. É o desenvolvimento do senso moral construído em conjunto com a inteligência, com o despir-se da ignorância tão danosa às relações humanas.
Conservar. E a diversidade? É preciso considerar, em cada ser, os aspectos que o distinguem das criaturas ainda menores dentro da escala evolutiva. É preciso levantar a voz e trabalhar em busca de apoio às minorias que ainda permanecem relegadas ao desprezo num acomodamento incômodo da estrutura excludente em que se vive. Isto, principalmente, sem esquecer do compromisso firmado consigo, a fim de estabelecer o fazer político para uma sociedade realmente nova sem os parâmetros imediatistas e ilusórios que se mantêm hoje.
Conservar, então, é romper com os valores efêmeros até então colocados em primeiro lugar por parcela significativa da população global, a qual se preocupa essencialmente com o possuir e com o acumular para si em detrimento dos demais. É uma sensível quebra de paradigma na direção do todo…
<strong>Acesse o conteúdo:</strong>
A Nova Ética Espiritual a partir da Lei de Conservação, por Marcelo Henrique e Cláudia Jerônimo
Valorização da Vida Humana, por Rubens Policastro Meira (in memoriam)
Educação Espírita e Desenvolvimento Sustentável, por Orlando Villarraga
Aspectos jurídicos e espíritas nas questões socioambientais, por Cynthya Michelin Locatelli
Os avanços da Biologia perante o Espiritismo, por Jorge C. Daher