Por Manoel Fernandes Neto
O Cara de Bronze, como batizou brilhantemente Marcelino Freire, continua assombrando o mundo. Dispara impropriedades não humanas em todas as direções; quer mesmo o fim do planeta, o fim das relações humanitárias, o fim da empatia, o fim de gerações e regenerações… Exige também que cada um fique em seu quadrado pátrio. Todos os dias tem maldades para todos os gostos. Uma das mais impactantes foi decretar o fim da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), responsável por projetos humanitários em mais de 100 países na África, Ásia, América Latina, Oriente Médio e Europa.
Em relação ao meio ambiente, as ofertas de insensatez são chocantes, mas previsíveis com o Cara de Bronze. Como era de se esperar, retorna com força total o “lenga lenga” oficial de que o aquecimento global é invenção dos “globalistas”. Nenhuma novidade por essas plagas: ele faz igual outro grupo político aliado em terra brasilis. Os seguidores incautos de ambos não economizam novas máximas: “Sempre choveu assim nessa época do ano,” ou mesmo o simplório “No verão, faz calor.”
Outras supostas definições nos cansam: agências que monitoram o clima são “dominadas por agentes provocadores”, modelos avançados de clima feitos por inteligência artificial (IA) são “mal treinados” e não consideram a experiência de “nossos avós” ou de “esotéricos de respeito”. Nessa semana, as vítimas foram os canudos de papel, com a volta dos de plásticos para uso diário, em uma economia de fast food. O plástico é um dos vilões do meio ambiente. Mas a mensagem maior é gritar “não tenho limites!”
Furos e boas intenções
Mas o Cara de Bronze quer mais, muito mais. Quer furar poços de petróleo em todos os lugares, em rios, mares e santuários ecológicos, desprezando a inevitável transição energética. Aliás, não muito diferente daqui — apesar de “boas intenções” — onde vemos nossos próprios furos ameaçando a margem equatorial brasileira (MEQ) no rio Amazonas. “We’ll drill, baby, drill” (“Nós vamos furar, bebê, furar”) é modinha em todas as frentes.
O Cara de Bronze sabe que sua principal ferramenta é o dinheiro. Recentemente, suspendeu o compromisso em destinar US$ 4 bilhões para financiar o fundo sobre mudanças climáticas na instituição. “A decisão é decorrência da iniciativa de Washington de abandonar o Acordo de Paris”, como nos conta com muita competência Jamil Chade no UOL.
Chade fala da indignação do governo brasileiro: “Um duro golpe contra todo tipo de ação que possa estar sendo construída para a Conferência do Clima, que ocorre no final do ano em Belém, a COP30. O financiamento dos países ricos estará no centro do debate.”
Mas palavras não resolvem e, pelo jeito, também podem levar a retaliações, que o diga Colômbia, México e Canadá. “O silêncio é uma prece” neste momento?
“Espíritos rebeldes”, mas conscientes
A propósito, as maldades executivas da Casa Branca em relação às mudanças climáticas passam longe das casas espíritas, federativas e seus eventos, com raríssimas exceções. As exposições são somente sobre autoconhecimento e parábolas — que têm alguma relevância, evidentemente — mas não suficientes para a conscientização necessária sobre o papel da Humanidade nesses tempos em que flertamos com o fim.
Na chamada seara espírita, nada sobre a crise ambiental que vivemos em nosso país ou no planeta. Estar no mundo requer viver sem alienação em relação aos debates e discussões atuais. “Focar no espiritual” é outro mantra repetido nos corredores espiritistas, mas isso erroneamente não inclui a discussão acerca dos problemas contemporâneos.
Fora isso, ouve-se as mesmas frases de efeito de sempre quando são abordados alguns desses assuntos e os que levantam a temática logo são classificados de “espíritos rebeldes”, recebendo, dos outros, conselhos para estarmos “centrados em oração”. Sim, talvez precisemos de toda reza possível, mas não devemos nos surpreender quando o fogo e a água alcançarem nossas ruas e portas!
Porque poucos — muito poucos, quase ninguém — possuem planos de fuga e “bunkers” de proteção como o Cara de Bronze
Imagem de Enrique por Pixabay
O que é impressionante é ver que tem países e políticos que apoiam as decisões descabidas que o “cara de bronze “anunciou. Em vez de termos gente a organizar-se para denunciar as incongruências, vemos uns a aplaudir e outros a imitar. Já o disse no nosso grupo, ele não ganhou uma eleição, os eleitores votaram contra o partido anterior no poder, por estarem fartos de tanta burrice que fizeram, que originou uma votação maciça na mudança, não avaliando as vozes de alerta que os que o conheciam fizeram e não esqueceram os desmandos do anterior mandato Está a comportar-se como dono do mundo, e rápidamente terá a resposta que merece se não deixarem que um louco lidere os destinos deste nosso mundo, que necessita de lideranças, honestas e inteligentes, pois a decadência, a subserviência e a corrupção são a palavra de ordem da maior parte dos políticos no activo, veja-se a ausência de neurónios dos políticos europeus, que se deixaram enredar numa guerra, que não fazia sentido, onde o objectivo era destruir a Europa. Este modus operandi, foi sempre feito da mesma maneira em todos os continentes e não era espectável que acontecesse na Europa, mas conseguiram o objectivo. Temos como exemplo, o gás que era comprado mais barato do que o que depois foram obrigados a comprar liquefeito, aos que se diziam “amigos “. Tem que haver uma reviravolta de gente honesta e inteligente que pense, ou o perigo espreita também na Europa em que poderá a qualquer altura surgir também outro louco.
Infelizmente, há plateia para essa turma! Quanto aos espíritas, o circo já estava montado há muitos anos—faltavam apenas os representantes. Agora, aqui e lá, lá e cá, estão de braços dados. Momentos difíceis e preocupantes. O festival de horrores desfila pela tribuna e pelos tribunos espíritas.