Mulher Espírita: nossa identidade. Texto Coletivo ECK (*)

Tempo de leitura: 3 minutos

Texto Coletivo ECK (*)

***

Somos alegres, falantes e exuberantes, deixando nossas marcas por onde passamos. Guardiãs da vida, tecelãs de esperança, aprendizes da renúncia e mestras do recomeço, reivindicamos, para nós, Mulheres (e Espíritas), o lugar que merecemos, isto é, onde nós quisermos!

***

Quem é essa mulher espírita? Quantos papéis desempenha?

Historicamente, as mulheres tiveram um papel essencial no Espiritismo, desde as médiuns das primeiras manifestações até grandes divulgadoras e educadoras espíritas. Amélie Boudet (a parceira de Kardec na obra espírita) demonstra, desde a origem, que a mulher sempre esteve na vanguarda da Filosofia Espírita.

Amélie deixou um grande legado que muitos espíritas desconhecem ou, mesmo conhecendo, custam a reconhecer. O que nos faz, provocativamente, cogitar: se a chamada “codificação espírita” fosse obra encabeçada por uma mulher, será que vingaria?

Reflitamos…

E quanto a nós, mulheres espíritas do Século XXI? O que se nos reserva?

Ser Mulher Espírita nesta encarnação é entrar em contato com a nossa essência espiritual. Perceber-se como Espírito, revestido, temporariamente, de um corpo feminino, com múltiplas potencialidades, desenvolvendo-as na busca por um mundo mais solidário, deixando de ser mera expectadora, contribuindo efetivamente no meio em que se vive.

Procura, essa Mulher Espírita, compreender que as Leis Universais estão inscritas em seu coração; esclarecendo sobre a imortalidade da alma  e a necessidade de se adquirir virtudes para, num futuro, quando formos colher o fruto das provas, estarmos em melhores condições de auxílio.

Poderíamos, assim, listar os atuais desafios da Mulher Espírita: 1) oportunidade de crescimento espiritual; 2) reflexão sobre papéis sociais e igualdade; 3) desafios no grupo/instituição e no movimento espírita; 4) vivência da maternidade e/ou dos laços familiares; 5) luta contra o preconceito e a violência; e, 6) autoconhecimento e autonomia.

Por isso, é bom lembrar os “talentos” que nos fazem ser mulheres: usar da razão sem perder a conexão com os sentimentos; valer-se da sensibilidade, da coragem, da dedicação e da perseverança, impressas na alma e que são nossas características, para pacificar momentos de conflitos, sem competição; e, transitar, faceira e plena, entre a delicadeza e a força, entre a entrega e a resistência.

De maneira especial, a Mulher Espírita deve ser participativa na sociedade em que vive, contribuindo com trabalhos, que visem o desenvolvimento saudável de todos e, principalmente, os irmãos em situações de vulnerabilidade. Porque, a ambiência social carece de todos, mulheres e homens, para tornar-se igualitária, diversa, integrada, saudável e justa.

Mas, sem ufanismos, devemos dizer que essa Mulher Espírita também tem angústias, alegrias, tristezas, otimismos, frustrações, conquistas, dores… Comete excessos, sim! Mas, também brinca, pula, dança, beija, ama… E vive!

Porque podemos sentir na pele e na alma que cada dor é lição, cada renúncia é degrau, cada gesto de carinho é semente. Seguimos, então, deixando rastros de luz, porque sabemos que, onde há amor, há caminho. E que é preciso caminhar…

Somos, enfim, enquanto mulheres espíritas, alegres, falantes e exuberantes, deixando nossas marcas por onde passamos. Guardiãs da vida, tecelãs de esperança, aprendizes da renúncia e mestras do recomeço, reivindicamos, para nós, Mulheres (e Espíritas), o lugar que merecemos, isto é, onde nós quisermos!

Que este 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, data que significa a luta histórica das mulheres por respeito e igualdade, possa simbolizar o reconhecimento, também, à Mulher Espírita, por tudo o que faz para aplicar o conhecimento e a prática espírita em todos os cenários onde esteja inserida.

Nota do ECK:

(*) Participaram deste texto coletivo as seguintes mulheres espíritas (ordem alfabética): Célia Bacchini, Claudia Jerônimo, Daisy Mansano, Débora Nogueira, Felomena Maria, Inara Schultz, Isabelle Sarmento Figuerôa, Ludmila Lamanna Afif, Maria Rosário Relvas, Marilene Francisca de Campos, Martha Novis, Nilse Pereira, Raquel Maia, Regina Celi Pedron, Sônia Oliveira e Walquíria Miwá.

O ECK agradece o carinho do aceite do convite para participar deste projeto e se irmana às mulheres espíritas, nesta data.

Imagem de 용한 배 por Pixabay

Leia também:

Pluralidade-Mulher, por Marcelo Henrique

 

Written by 

Postagem efetuada por membro do Conselho Editorial do ECK.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.