Yolanda Clavijo (Tradução de Marcelo Henrique)
***
Muitos de nós, espíritas, usamos esta obra como referência contínua e, para diferentes ramos do conhecimento, ela tem sido uma ponta de lança na abertura de portas para novos conhecimentos que unem e harmonizam ciência, filosofia e moral.
***
Passados 168 anos da publicação de “O livro dos Espíritos” e, tendo eu, mais de duas décadas de participação no Movimento Espírita Venezuelano, ainda me deparo diariamente com esta grande obra para tirar dúvidas. Ou quando preciso reler parte de seu conteúdo para refrescar alguma informação; ou, ainda, quando necessito de uma compreensão ou interpretação de algum conceito diferente da minha visão pessoal. Muitas vezes, o livro é como uma bússola que pode ampliar meus horizontes e apresentar outras perspectivas.
Embora “O livro dos Espíritos” não tenha sido o primeiro texto espírita que chegou às minhas mãos no início dos meus estudos, sem dúvida ele mudou completamente a minha visão de mundo e do ser humano. No meu caso, vindo do catolicismo – com o qual meu Espírito nunca se sentiu muito sintonizado – ele reforçou minhas noções básicas de realidade material e espiritual, mostrou-me um Deus deísta (não teísta e não antropomórfico), assim como me forneceu respostas satisfatórias e coerentes às minhas perguntas sobre: quem somos; para que estamos aqui; e, por que estamos aqui; assim como por que todos nós enfrentamos, de uma forma ou de outra, desafios que deixam uma marca profunda em nossa alma ou nos movem a produzir mudanças em nosso ser.
É compreensível, todavia, que uma publicação daquela época e que apresentava uma visão de mundo completamente diferente, não pudesse escapar do excesso de linguagem religiosa. Alguns sustentam que Kardec fez concessões à Igreja de sua época. Observamos que a intenção de incutir medo persiste em muitos textos em sua obra, assim como os livros sagrados de diferentes religiões o fizeram ao longo de sua trajetória histórica e cultural. Era de se esperar que, pelo menos, metade dos seres espirituais que transmitiram essas comunicações fossem religiosos. Entretanto, tirando-o desse contexto, analisando-o e tendo uma visão mais aberta, é inegável que este livro lançou as bases para uma nova perspectiva sobre a vida, a morte e a espiritualidade.
Conceitos como reencarnação, lei de causa e efeito e comunicação com os Espíritos, além de outros conhecimentos, me permitiram uma compreensão muito mais esperançosa da existência, com maior responsabilidade individual e coletiva, mas onde é possível construir e trilhar caminhos que levam à felicidade e à realização, sem a presença de castigos, expiações, culpas, provações, céus ou infernos. Na minha opinião, isso foi realmente libertador.
Muitos de nós, espíritas, usamos esta obra como referência contínua e, para diferentes ramos do conhecimento, ela tem sido uma ponta de lança na abertura de portas para novos conhecimentos que unem e harmonizam ciência, filosofia e moral. Na psicologia e na medicina em geral, houve avanços na compreensão do homem como um ser multidimensional, estudando a relação entre espiritualidade e bem-estar, com base nos princípios do espiritualismo.
Social e culturalmente, promoveu uma profunda transformação ao conscientizar as sociedades sobre o respeito aos direitos humanos. Naquela época, a obra se posicionou contra práticas inaceitáveis como escravidão, abuso de mulheres, racismo e abordou questões polêmicas como igualdade, liberdade, educação, justiça, família e divórcio. Ela motiva, assim, a expansão da consciência por meio das leis espirituais, estimula a prática da solidariedade, da empatia, do respeito, da humildade, entre outras, e promove a necessidade de trabalhar o autoconhecimento, no gerenciamento das emoções que levam a estados maiores de paz, harmonia, gentileza e amor incondicional.
“O livro dos Espíritos” continuará sendo esse farol transformador que nos leva a reconhecer a nossa essência, a nos descobrir, a desenvolver as inúmeras potencialidades do ser humano, o que se traduz em um maior interesse pelo trabalho social e coletivo em benefício das pessoas. Você pode encontrar muitas obras excelentes que deixam um legado de conhecimento e que até deixam sua marca em nós. Mas uma que mantém coerência e validade ao longo do tempo, usa o raciocínio, tenta mudar a visão materialista do mundo em bases científicas, deixando sua marca em milhões de leitores que puderam apreciar uma metamorfose considerável, a partir de sua leitura, isso por si só já valeu a pena.
Imagem de StockSnap por Pixabay
“El libro de los Espíritus”, dejando huellas
Yolanda Clavijo
***
Muchos de nosotros, espíritas, utilizamos esta obra como referencia continua y, para diferentes ramas del conocimiento, ha sido punta de lanza en la apertura de puertas a nuevos conocimientos que unen y armonizan ciencia, filosofía y moral.
***
A 168 años de la publicación de El libro de los espíritus y a más de dos décadas de participar en el Movimiento Espírita Venezolano, todavía a diario me encuentro con esta gran obra para despejar dudas, o cuando requiero releer parte de su contenido para refrescar alguna información, o incluso, cuando requiero una comprensión o interpretación distinta a una visión propia acerca de determinado concepto. Suele ser como una brújula de orientación que puede ampliar mi horizonte y presentar otras perspectivas.
Si bien El libro de los espíritus no es el primer texto espírita que llega a mis manos en los inicios de mis estudios, sin duda alguna cambió por completo mi visión del mundo y del ser humano. En mi caso proveniente del catolicismo, con el cual mi espíritu no hizo nunca mayor sintonía, ELE reforzó mis nociones básicas de la realidad material y espiritual, me mostró a un Dios deísta, no teísta, no antropomórfico, me dio respuestas satisfactorias y coherentes a mis interrogantes acerca de quiénes somos, para qué y porqué estamos aquí, al por qué enfrentamos todos, de una forma o de otra, desafíos, que dejan una impronta profunda en nuestra alma o nos mueven a producir cambios a lo interno del ser.
Es comprensible que una publicación de esa época, que planteaba una cosmovisión totalmente distinta, no escapara al lenguaje excesivo de corte religioso, algunos mantienen que Kardec le hizo concesiones a la iglesia de su tiempo, observamos que la intención de infundir temor persiste en este texto, como lo han producido en su trayectoria histórica y cultural los libros sagrados de diferentes religiones. Era de esperarse, al menos la mitad de los seres espirituales que dieron estas comunicaciones, eran religiosos. Sin embargo, sacándolo de ese contexto, analizándolo y teniendo una panorámica más abierta del mismo, es innegable que ELE sentó las bases de una nueva perspectiva sobre la vida, la muerte y la espiritualidad.
Conceptos como la reencarnación, la ley de causa y efecto y la comunicación con los espíritus, además de otros conocimientos, me permitieron una comprensión de la existencia mucho más esperanzadora, de mayor responsabilidad individual y colectiva, pero donde es posible construir y transitar caminos que conducen a la felicidad y la plenitud, sin la presencia de castigos, expiaciones, culpas, pruebas, cielos o infiernos. En mi consideración, esto ha sido verdaderamente liberador.
Muchos somos los espíritas que utilizamos esta obra de consulta permanente y para diferentes ramas del saber ha sido punta de lanza para abrir las puertas a un conocimiento nuevo que une y armoniza ciencia, filosofía y moral. En la psicología y la medicina en general se han encontrado avances para comprender al hombre como un ser multidimensional, estudiando la relación entre la espiritualidad y el bienestar, basados en los principios del espiritismo. En lo social y cultural ha promovido una transformación contundente al sensibilizar a las sociedades en el respeto a los DDHH. Para esa época ELE se posiciona en contra de prácticas inaceptables como la esclavitud, el maltrato a la mujer, el racismo, trata temas de controversia como la igualdad, la libertad, la educación, la justicia, la familia, el divorcio; motiva la expansión de la conciencia a través de leyes espirituales, fomenta la práctica de la solidaridad, la empatía, el respeto, la humildad, entre otros, e impulsa la necesidad de trabajar en el autoconocimiento , en el gestionar emociones que conduzcan a mayores estados de paz, armonía, amabilidad y amor incondicional. ELE seguirá siendo ese faro de luz transformador que nos lleva a reconocer nuestra esencia, a descubrirnos, a desarrollar las innumerables potencialidades del ser humano, lo que se traduce en un mayor interés en el trabajo social, colectivo, en beneficio de los pueblos. Te puedes encontrar con muchas obras excelentes que dejen un caudal de conocimientos, que nos marcan incluso, pero una que mantenga la coherencia y vigencia en el tiempo, utilice el razonamiento, intentando cambiar con base científica la visión materialista del mundo, dejando huellas en millones de lectores que hemos podido apreciar una metamorfosis considerable a partir de su lectura, solo con ello ha valido la pena.
Imagem de StockSnap por Pixabay