O que queremos?, por Felipe Felisbino

Tempo de leitura: 2 minutos

Felipe Felisbino

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“Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito”, William Shakespeare.

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O país que desejamos, as mudanças que queremos, o futuro que sonhamos têm a ver com nossas escolhas, bem como entendermos a motivação que há por trás das nossas escolhas contribui para que deixemos de trilhar caminhos por medo de errar.

Infelizmente, não fomos ensinados a fazer escolhas, mas condicionados a assimilar a ideia de que não temos direito de refletir sobre nossas opções. Entretanto, nossas escolhas dão origem a novas possibilidades, assim, não devemos ficar focados no certo ou no errado, e sim nas consequências positivas e negativas dos caminhos pelos quais optamos.

A vida é feita de escolhas – parece clichê, mesmo assim não nos damos conta do que isso significa. Talvez seja uma frase inteligente, desde que saibamos o que formou o nosso pensamento para expressar a tal escolha. Reclamar, queixar ou ser ingrato com as oportunidades é o comportamento mais desprezível que um ser humano pode carregar. É um peso para si e, certamente, para os outros que estão a sua volta. É momento de avaliarmos nossas crenças, desconfiando das verdades absolutas e da influência sedimentada do senso comum.

Recentemente, a imprensa divulgou os temas escolhidos pelo público catarinense para serem debatidos pelos candidatos nas propostas durante as eleições de 2024.  A partir de uma enquete, e as escolhas foram:

Todos os temas são importantes e legítimos, mas parei para escrever com o intuito de pontuar o quanto consideramos a importância da educação no momento das nossas escolhas. “A educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”, foi uma escolha de Paulo Freire. A educação pública no Brasil é deficitária, com resultados muito aquém do ideal.

Mesmo havendo um amplo debate social sobre a necessidade urgente dos governantes das esferas federal, estaduais, municipais e distrital, para darem atenção respeitosa e devida ao tema educação, motivando investimentos de qualidade no setor educacional, viabilizando um ensino de qualidade para a população, a educação segue no fim da fila das prioridades do povo. O dado nacional é igual ao de Santa Catarina, ou seja, não é surpresa quando esse tema não é prioridade de fato nas propostas de alguns políticos: ficam adormecidas no papel!

Nota do ECK: Felipe Felisbino é mestre em Gestão e Auditorias Ambientais pela Universidade do Atlântico (Santander, Espanha) e professor de ensino superior e conselheiro do Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina.

Imagem de Antonio López por Pixabay
 

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Postagem efetuada por membro do Conselho Editorial do ECK.

One thought on “O que queremos?, por Felipe Felisbino

  1. Recordo-me do meu velho e sábio pai, um homem de formação precária, mas sempre esforçado e em busca de informação e formação existencial consciente. Sem diplomas, sua única credencial era um registro na carteira de trabalho que o identificava como “Soldador de Máquinas”. Ele era um homem digno, assim como muitos outros homens e mulheres desta imensa Nação. Quando falava sobre sua profissão, costumava se denominar de forma carinhosa como “Pinga Fogo”.
    Saudosismo à parte, ele costumava me dizer, especialmente durante as épocas de eleição: “Filho, até para escolher entre os piores, é preciso defender seus interesses com responsabilidade cidadã.” Essa lição de Educação me acompanha até hoje, pois busco compreender o que ele queria expressar com essa frase. Penso, ironicamente: “Até para ser ruim, é necessário ser bom”.
    Infelizmente, nossa educação reflete diretamente na qualidade de nossos políticos. Os números da educação brasileira, sabemos, muitas vezes são mascarados. Sejamos sinceros, apesar dos esforços, o modelo da educação brasileira é de massa de manobra. A implantação das PEI – Escolas de Período Integral é exclusiva, visto que temos diversos jovens que, para sobreviver, precisam abandonar os estudos para trabalhar, sendo empurrados para as poucas escolas que funcionam no período noturno. Sim, vejo guetos e um apartheid sendo criados na educação brasileira. O que vem ocorrendo nas salas de aula é que há uma TV, computadores, uma plataforma, um centro de mídia e alunos que apenas reproduzem, quando conseguem reproduzir. Não é falta de esforço…é manipulação de massa. Hoje, podemos afirmar, sem medo de errar, que muito se finge que se ensina, e mais ainda se finge que se aprende. Embora me sinta descrente em relação a isso, mantenho a esperança de que, um dia, as coisas realmente melhorem.
    A palavra educar tem origem no latim “educare, educere, que significa literalmente “conduzir para fora” ou “direcionar para fora”. O significado do termo (direcionar para fora) era empregado no sentido de preparar as pessoas para o mundo e viver em sociedade, ou seja, conduzi-las para fora” de si mesmas, mostrando as diferenças que existem no mundo. ” (Dicionário Etimológico). Aliando um pouco de Paulo Freire a Allan Kardec, podemos afirmar que o progresso nos impulsionará, independentemente de nossa vontade, sendo a educação o nosso caminho. Portanto, é importante lembrar e mantermos firmes em nosso propósito: “A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral.” (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos)

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