Cláudio Bueno da Silva
No futuro, aquele que se souber inferior não se constrangerá em submeter-se à superioridade do outro, por sabê-la toda moral, não impositiva. O superior tratará o inferior com caridade, sem visar vantagem, contrariamente ao que se vê na Terra atual, onde uns e outros se escravizam perpetrando uma relação de dependência mórbida.
As verdadeiras vibrações do amor e da fraternidade entre os homens ainda estão mais no plano do intelecto do que no do sentimento. Ou seja, sabemos da importância do amor fraterno, no entanto há uma distância a percorrer entre o entendimento e a ação prática.
Esse amor que ainda não sabemos sentir plenamente é um projeto para ser vivido um pouco mais à frente. Compreende-se isso avaliando as condições do que somos hoje, observando o que nos tem governado a mente e a forma de exteriorizar o que sentimos. Esse diagnóstico não quer dizer que o mundo de amor desejado é inatingível. Estamos caminhando em sua direção, apesar de tudo.
Jesus, com ideias e energia construtivas, quis abrir espaços em nossa mente para a criação dos fundamentos do homem de bem, tão bem descritos por Allan Kardec em “O evangelho segundo o Espiritismo”, no capítulo XVII, “Sede perfeitos”. Fundamentos estes que o homem vai aprendendo a “sentir” na medida em que os compreende. Esta obra tem iluminado o caminho de multidões, e continuará cumprindo seu papel de libertadora de almas através do conhecimento da verdade.
O conhecimento e a vivência do evangelho nos lançarão ao estágio superior de mundo feliz, que poderá ser a própria Terra, no futuro, onde a supremacia de uns sobre outros será derivada tão somente do mérito intelecto-moral. Aquele que se souber inferior não se constrangerá em submeter-se à superioridade do outro, por sabê-la toda moral, não impositiva. O superior tratará o inferior com caridade, sem visar vantagem, contrariamente ao que se vê na Terra atual, onde uns e outros se escravizam perpetrando uma relação de dependência mórbida.
No mundo onde o amor predomina, as ações visam o progresso geral. Não há competição vaidosa, a convivência é espontânea. A boa natureza de cada um dá qualidade às relações. Não há preocupações mesquinhas nem privilégios baseados no interesse, porque a igualdade deriva da fraternidade.
As revelações feitas pelos Espíritos superiores e que podem ser encontradas nos livros de Allan Kardec, servem de roteiro para enxergar o alvo a ser atingido pela humanidade. Orientam também sobre o que precisamos deixar para trás a fim de aportar nesse mundo feliz que tanto almejamos. O Reino de que fala Jesus, e que está dentro e não fora de nós, está sendo construído e representará a conquista sobre nós mesmos.
Um dia, quando tivermos o coração esvaziado das mesquinharias e ilusões que carregamos por tanto tempo, estaremos prontos para viver o mundo superior. Como seres livres que somos, podemos individualmente tomar a iniciativa desde já, e nos adiantarmos nessa tarefa, quitando o passado e ganhando méritos para o futuro, sem precisar esperar que a humanidade desperte antes. Somos únicos, livres e independentes. Agindo com integridade, princípio de justiça e sentimentos brandos, estaremos fazendo o certo e vivendo o ideal que o Cristo concebeu para nós.
Imagem de Julius H. por Pixabay
