Que a vida, com suas leis, seja de paz!, por Maria Cristina Rivé

Tempo de leitura: 3 minutos

Maria Cristina Rivé

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A criação é um bloco, um conjunto a caminhar e a preparar o voo para a liberdade que o conhecimento oferta.
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Estamos em pleno mar! O sol e a lua, o vento e a chuva. Infinidades de belezas nas flores, nas montanhas e no mar. Ah, o mar, mar de oportunidades, mas também de desalentos. As ondas e seu movimento, ora tranquilas, ora nem tanto.

Tudo isso pode confundir, assustar, mas sobretudo encanta. O que é este lugar em que estamos? Em pleno mar. O sol se espraia, ilumina, aquece e faz germinar. Vem a chuva e limpa, arrasa, arrasta e transforma os significados trazendo nova vida e novas cores.

Onde estamos? Em pleno mar. Mergulhados neste mar, há o encantamento que a paisagem ao nosso redor nos proporciona. Imersos, no silêncio: adoramos. O impulso maior nos é dado. E mais uma vez adoramos ao estender as mãos e ajudar a construir um mundo mais justo, pleno de oportunidades, novos rumos e novos valores consoantes à Inteligência Suprema. E na adoração absoluta, não há palavras vãs, nem gestos caricatos. Existe o sentimento de igualdade na diversidade tão completa e nada obtusa. No mar salgado, as lágrimas de cada um inundam os seres a sentir e a compartilhar sem jamais compactuar com o abandono.

As rosas falam todas as vezes que adoramos, pois trabalhamos. As rosas com suas belezas, suas cores e seus perfumes espalhados. Como as palavras proferidas ao menino esquecido. Ao acordar ele, o menino, se deu conta de que estar no mundo é uma provação – provação de força e de coragem –, pois ele vive através das mãos estendidas dos que entenderam o motivo de ser gregário. Necessitamos, todos, de apoio, de instrução e de inspiração: somos sociais, iguais e profundamente diferentes.

A instrução é emanada do trabalho contínuo em buscas infinitas de mãos a tecer e pés a caminhar. Feliz é aquele a acordar-se com isso e acordar as consciências. O trabalho enobrece, quando permeia o sentido de comunidade no olhar certeiro àquele que necessita de ajuda. O trabalho não pode ser o espoliador de esperanças, porque é construção e é sentido: o para quê, com muita emoção e sensibilidade.

Há que se destruir para reproduzir e depois conservar. Destruir o ódio produtor de mazelas, dores e rancores. E, desses, vêm o preconceito e o desdenho. O ser humano precisa então destruir conceitos retrógrados, perspectivas infames, a fim de acabar com a fome da sociedade e a fome de sociedade. É preciso entender a paz e buscar a paz para a reprodução de ideias e de atos renovados.

Retirar das criaturas a escuridão que obnubila, momentaneamente, a consciência humana e faz do Ser um lobo solitário, apartado de sua matilha. Ao se destruir e, portanto, renovar-se, a criatura se descobre como conjunto. Ao dar as mãos a outrem, seu sol se ilumina, já que aprende a conviver. É nessa convivência que se descobre o sentido de sociedade, de se relacionar amistosamente com todos. Não existe mais concorrência e, sim, cooperação; haja vista não existir mais busca individual, considerando-se que do indivíduo forma o grupo e no grupo se constrói a vida. Aprende-se na diversidade através do olhar amoroso desenvolvido nos tempos de guerra contra a ignorância, a insensatez e a exclusão.

O avanço inexorável de percepções esculpidas pela inteligência desenvolvida e pela racionalidade treinada pelas batalhas diárias às quais o indivíduo se expõe, surge e modifica as criaturas. Plantada a semente, a árvore se agiganta e envolve, perfuma, alimenta e sombreia a todos. Sem especular falsos agraciamentos. O alimento oriundo da pequena semente nutre, sem escolher, a todos. E o ser humano assim se assemelha à árvore frondosa cujos galhos, de tempos em tempos, secam e são podados. A criatura ao compreender sua meta retira, paulatinamente, as máculas que lhe causam sofrimento. O individualismo fica para trás e dá lugar ao amigo a servir. Simplesmente servir, porque esse é o caminho.

Entendidos esses, chega a justiça, quiçá a mais importante conquista, porquanto abarque o amor e a caridade. E não se pode ser justo sem ter empatia, não se pode ter empatia sem amor. O amor é caridoso, pois sereno, quem aprendeu a amar sabe que a felicidade é um movimento em busca de paz e de estabilidade. Amar é estar em comunhão com tudo e com todos; é, portanto, caridoso. A criação é um bloco, um conjunto a caminhar e a preparar o voo para a liberdade que o conhecimento oferta. Ser livre! Portanto justo, amoroso e caridoso, em caminho pleno de estrelas e de sol a estender seus raios iluminando sempre os seres criados para o bem. Que a vida seja de paz!

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Postagem efetuada por membro do Conselho Editorial do ECK.

One thought on “Que a vida, com suas leis, seja de paz!, por Maria Cristina Rivé

  1. Cada pessoa deve cuidar de seu canteiro, regando amor e realizando tudo que está ao seu alcance para tornar as coisas e pessoas que estão a sua volta mais sociáveis e com maior compreensão de sua existência. O espiritismo tem a chave para esta conscientização, como diz os espíritos…nós não retroagimos…então vamos fazer nossa parte neste movimento progressivo…

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